BI CAMPEÃO !

| 28/11/2017 |
América conquistou o Bi da B 20 anos depois da primeira conquista.
(FOTO: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
20 anos depois. Esse foi o tempo de espera que a torcida americana aguardou para novamente soltar o grito de campeão da Série B do Campeonato Brasileiro. E esse título veio no último sábado, após o Coelho vencer o CRB por 1 a 0 no Estádio Independência, que teve seu recorde de público com 22.481 pessoas, com o gol do predestinado Rafael Lima aos 20' da etapa final.

O América que entrou na competição visando apenas o acesso, já que o Internacional era franco favorito pelo orçamento e grandeza que tinha, viu durante o campeonato a possibilidade de título ir crescendo, principalmente pelos vacilos colorados na reta final da competição. E para chegar até esse grande título, os comandados de Enderson passaram por várias situações, boas e ruins, durante a competição e vamos contar agora como foi esse caminho do Coelhão até levantar o caneco.

1º TURNO

A Série B começou para o Coelho no dia 12 de maio, mais especificamente uma sexta-feira, contra o Naútico, na Arena Pernambuco de portões fechados. A partida foi bem fraca tecnicamente e terminou empatada em 0 a 0, frustando os torcedores do América que esperavam uma equipe mais competitiva após 15 dias de inter temporada e com uma estreia vitoriosa. Na partida seguinte, a primeira em casa, contra o Goiás, os comandados de Enderson até chegaram a abrir o placar com Ruy, mas sofreram o empate frustante já no fim do jogo. 

A primeira vitória veio fora de casa, contra o Criciúma. Após a equipe da casa abrir o placar, o Coelho mostrou poder de reação e venceu por 3 a 1. Era o começo da arrancada, com dois jogos seguidos em casa depois? A resposta foi não. Na partida seguinte o Coelho foi derrotado em casa para o Paysandu e desconfiança voltou a surgir para os lados do Lanna Drummond. Uma vitória na sequência, a primeira em casa por 1 a 0 gol de Luan deu uma aliviada para Enderson e seus comandados.

Mais uma nova sequência de três jogos sem vitória assombrava novamente o lado americano. E quando Enderson parecia estar com o cargo perdido, eis que surgi Matheusinho do banco, em uma partida truncada em 0 a 0 contra o Santa Cruz, e garante a vitória do Coelho por 1 a 0 e a arrancada rumo ao G4. Foram 12 jogos de invencibilidade, o que levou o América a ingressar no G4 na 11ª rodada, após vitória de 3 a 0 em casa diante do Brasil de Pelotas.

Nessa sequência de 12 jogos de invencibilidade, da 7ª até a 18ª rodada, o alviverde colecionou boas atuações e o crescimento de toda equipe, com destaque grande para o trio de ataque invicto da competição MLB (Matheusinho, Luan e Bill). Destaco nessa sequência três jogos que foram bem importantes para dar confiança a equipe. A vitória por 1 a 0 sobre o Santa Cruz, a de 4 a 2 sobre o Figueirense e a de 1 a 0 sobre o Juventude, em Caxias do Sul. A primeira pelo momento conturbado que a equipe vivia, a segunda por ser uma partida que a equipe literalmente "voou" em campo e a última por no momento do campeonato ser um confronto direto e na casa do adversário.

A quebra da sequência veio exatamente no jogo que fechava o 1º turno, derrota de 2 a 1 para o CRB, em Alagoas.
Rafael Lima atuou em 37 das 38 partidas da equipe no torneio.
(FOTO: Leandro Couri/EM/D.A.Press)

2º TURNO 

A segunda parte da competição tiveram momentos mais complicados para a equipe no geral, queda essa esperada, já que toda equipe tem um momento de oscilação na competição e que foi muito bem controlado pelo treinador americano e seus atletas.

O primeiro jogo já mostrou bem o que torcedor mais viria no 2º turno, jogos apertados e com vitórias por placares mínimos. E foi exatamente isso que aconteceu, 1 a 0 América e a caminhada para o acesso e título seguia firme. 

Após essa vitória, dois empates consecutivos que havia colocado uma certa preocupação na torcida, ainda mais pelo crescimento do Inter na competição, ameaçando a liderança do Coelho na época. Na sequência, um intervalo pela data FIFA de 15 dias e a volta em um jogo fora contra o Paysandu, era uma das sequências de dois jogos fora já que posteriormente enfrentaria o Ceará, e o grupo provou a grandeza com vitória por 1 a 0. Depois empate contra o Ceará em Fortaleza, em 1 a 1 com gol do então estreante Edno.

Algumas rodadas depois viria mais uma prova de fogo para todo o grupo. Sequência de duas derrotas para Internacional, em jogo que o América mostrou grande futebol e mostrava ali que o Coelho tinha potencial para brigar ponta a ponta com o colorado, e para o Oeste em casa na fatídica manhã de domingo, ambas por 2 a 1.

E o grupo passou novamente por esse teste. Em partida realizada em Recife, na rodada seguinte o Coelho voltou a bater a Cobra Coral por 1 a 0, com gol de Matheusinho, como no 1º turno, e novamente respirava aliviado rumo aos seus objetivos.
A torcida americana foi muito importante para o Coelho
nessa campanha do Bi. (FOTO: Leandro Couri/EM/D.A.Press)

O alviverde mineiro administrava bem o campeonato, mas uma nova sequência deixou a torcida americana tensa, porém nunca sem abandonar o time. Dessa vez uma sequência de três empates consecutivos, contra Brasil de Pelotas, Paraná e Boa, esse último o mais sentido, pois a equipe vencia por 2 a 0 a equipe boveta e cedeu o empate no último lance do jogo.

E mais uma vez teve a volta por cima. Rodada posterior ao empate, os comandados de Enderson foram à Campinas e venceram partida complicada contra o Bugre, 1 a 0 com gol de Bill. Daí pra frente a equipe não deu mais bobeira e conduziu bem até o fim do torneio.

Contra o Figueirense, na 35ª rodada, a vitória veio, por 2 a 1 fora de casa e o Coelhão garantia ali a volta para a elite com três rodadas de antecedência, fato raro na história americana. 

Após o acesso, o Coelho buscava algo a mais, o tão sonhado bi campeonato. Com a liderança de volta, o América encaminhou o título na antepenúltima rodada com vitória de 1 a 0 sobre o Juventude. Depois empatou fora contra o Londrina em 0 a 0 e deixou para a última rodada a decisão do título.

JOGO FINAL

A obsessão pelo bi campeonato era mais do que real para a equipe americana. O jogo final não poderia ser em outro local mais especial do que a casa americana, o eterno Raimundo Sampaio, vulgo Independência. Em partida truncada, com a equipe do CRB caindo boa parte do duelo, os atletas tiveram de fazer um jogo de paciência até o gol.

E após sequências de bola na trave, defesas do goleiro adversário e bolas passando muito perto do gol, o tento veio. Em cobrança de escanteio feita por Ruy, o predestinado Rafael Lima que a 1 ano atrás se livrava do trágico acidente aéreo da Chapecoense, apareceu na segunda trave e de joelho completava para o fundo das redes. 1 a 0 América. Era o gol do bi, o gol que soltou o nó da garganta de mais de 22 mil presentes no estádio americano depois de 20 anos do primeiro título.  
Rafael Lima comemorou muito o gol que deu o título e dedicou as famílias
que perderam seus entes queridos na tragédia do ano passado.
(FOTO: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)

CAMPANHA

Os números do Coelho foram impressionantes nessa série B. Segue abaixo alguns destaques dessa campanha:
  • 20 vitórias, 13 empates e 5 derrotas (time que menos perdeu na competição), 73 pontos e com 64% de aproveitamento.
  • 46 gols marcados, 4º melhor ataque da competição.
  • 25 gols sofridos, a melhor defesa da edição 2017 e de toda a história da série B por pontos corridos.
  • Em 21 jogos da competição a equipe de Enderson não foi vazada.
  • Foi a equipe mais disciplinada do campeonato, recebendo apenas 65 cartões em toda a competição, média de apenas 1,7 por partida. 
  • Equipe no G4 desde a 11ª rodada e ficou em 11 dessas rodadas na ponta.


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