Mudança no esquema pode ser determinante para as ambições do Juventude

| 04/04/2016 |
Não se esperava muito do time do Juventude no último domingo (3), em duelo contra a equipe do Grêmio. Nele, sete jogadores do time titular foram poupados devido a fatores determinantes: o alviverde entrará em campo na quarta-feira (6), pela Copa do Brasil, contra o Tocantinópolis, sediado em cidade de mesmo nome; além disso, já havia confirmado ao menos a quarta colocação no Gauchão, posição que o assegura o mando de campo para o primeiro jogo do mata-mata. O time de Porto Alegre, por sua vez, iria a campo com um time misto: seis reservas e cinco titulares. A lógica, portanto, seria uma vitória - até bastante tranquila - do tricolor. Porém, no futebol, nem sempre é ela que prevalece.

Os meias Bruno Ribeiro, Sananduva, Hugo e Felipe Lima comemorando o segundo gol. Meio fortalecido.  Foto: Luiz Minhoz/Fatopress/Gazeta Press
Se não fosse a falta muito bem cobrada pela grande promessa Luan, do Grêmio, o Juventude teria saído com a vitória. Foi por pouco, contudo, o resultado de 2x2 resume bem o que foi o jogo. Não tem como deixar de comentar sobre a bela atuação do meia Hugo: fez isso antes do primeiro gol e marcou o segundo. As alterações na equipe do Ju não foram só de jogadores: o esquema também foi modificado. Esta troca foi significativa para a melhora no rendimento da equipe que, caso não tivesse adotado tal tática, provavelmente não teria jogado tão bem. 

O técnico Antônio Carlos abdicou de seu clássico 4-3-3, que havia funcionado nas primeiras rodadas, mas depois ficou previsível e colaborou com a seca de vitórias a partir da quinta rodada (só uma em oito jogos), e optou por escalar o time num 4-2-3-1, esquema muito utilizado por times europeus, que colabora com o equilíbrio ofensivo e, principalmente, defensivo - coisa que a estratégia com três atacantes prejudica.


Saudades, Brenner. Saudades, Maílson.
Foto: Juventude/Divulgação

O sucesso alviverde no início do campeonato pode ser explicado graças à eficiência do ataque. Maílson, atuando pelos flancos, participou diretamente de quase todos gols nestas partidas. Juntando-se a ele, Brenner também teve papel fundamental, anotando sete dos doze gols da equipe nesta fase. Com eles em campo, o Juventude jogou sete jogos, venceu cinco, empatou um e perdeu apenas um - impressionantes 76% de aproveitamento. Após a lesão de Maílson na 7ª rodada, Brenner atuou apenas mais dois jogos, até também se lesionar. Sem os dois juntos, foram seis jogos, sendo eles quatro empates (curiosamente, todos estes no Jaconi), uma derrota e apenas uma vitória - aproveitamento pífio de 39%. 

Somando os números às apresentações da equipe que, por óbvio, não agradaram a torcida, conclui-se que o esquema 4-3-3 passou a jogar contra o time de Antônio Carlos, após a ausência dos dois atacantes anteriormente citados. O time não só parou de marcar gols, como também começou a tomar muitos: foram cinco gols sofridos nos primeiros sete jogos (média de 0,7/jogo), contra nove gols nos últimos seis jogos (média de 1,5/jogo). Um famoso ditado pode explicar esta situação: a melhor defesa é o ataque.

Com a alteração para o 4-2-3-1, realizada no último jogo, notou-se que a equipe alviverde, mesmo que quase toda reserva, voltou a ter domínio do meio-campo - coisa que o antigo esquema não favorecia. A recomposição defensiva passou a ser muito mais rápida. Os meias abertos, longe de serem pontas, pareciam sempre acompanhar as subidas dos laterais gremistas. A dupla de volantes Vacaria e Sananduva deu mais combatividade ao setor, além de melhorar a saída de bola, que antes era feita só pelos laterais. Ambos fatores elencados ajudaram a anular muitos contra-ataques fulminantes, que foram previamente prejudiciais ao time do Ju - metade dos gols sofridos na competição (sete dos 14) foram nestas circunstâncias, onde a defesa pareceu desprotegida.

Os torcedores esperam que a mudança seja concreta, e que o Papo nunca mais jogue no sistema de três meias e três atacantes, pelo menos até a volta de Maílson e Brenner. Antônio Carlos deve levar em conta alguns aspectos cruciais para a fluidez do seu time, entre eles, um meio reforçado, de preferência com a presença de Vacaria, que mais uma vez mostrou o que pode, sendo importante em várias ações defensivas da equipe na partida (aliás, alguém viu o Giuliano?). Abaixo, um esboço de como deveria distribuir-se o time, considerando o que foi visto de bom no duelo contra o Grêmio.

Caso ainda não tenha condições de jogo, Brenner pode ser substituído por Roberson, que teve boas atuações desde sua estreia.
O Juventude volta a campo pelo Gauchão na terça-feira da próxima semana (12), às 19h30, no Estádio Alfredo Jaconi, onde enfrenta a equipe do Ypiranga em jogo único, valendo vaga nas semifinais do campeonato. 
VAMO JACONERO!

Henrique Letti
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